Nossa história

Desde criança cultivo um grande amor aos animais, minhas grandes paixões desde a tenra infância são os cães, cavalos e gatos. Como qualquer criança da minha época, às tardes eu assistia os filmes da Lassie, aliás bons tempos aqueles, e por causa desta heroína do meu universo infantil eu sempre tive loucura para ter um Collie, contudo a minha casa não era grande e minha família gostava apenas de cães pequenos, e essa vontade não pode ser satisfeita. Assim meu primeiro cão foi um Cocker, raça muito popular nos ano 70 e logo depois uma fêmea Yorkshire terrier, raça predileta de minha mãe. Para mim era meio frustante pois além da York não ter absolutamente nenhuma semelhança com Lassie, ela também não gostava nenhum pouco de criança, mas como eu não tinha opção esta raça acompanhou minha infância e adolescência e nesta época iniciei a criação de Yorkshire.

Eu sabia da existência do Pastor de Shetland pelos livros de raças de cães, porém nunca tinha visto um pessoalmente.


O meu amor pelos animais fez com que eu escolhesse como profissão a Medicina Veterinária. Passaram-se os anos e um belo dia eu vi, no Hospital de Veterinária da USP, uma senhora com um Sheltie, foi o meu primeiro contado. Não perdi tempo e na hora fui conversar com ela. Essa senhora me deu o telefone da Dona Virgínia e do Toninho, pioneiros na criação do Sheltie no Brasil. Mas, como todo estudante que se preze, eu não tinha dinheiro suficiente para comprar um filhote. Os anos se passaram e eu sempre encontrava essa senhora, que me contava sobre os seus cães. Conversávamos muito e eu sempre comentava a minha vontade de ter uma "raposinha" dessas.

Depois que eu terminei a residência e comecei minha pós-graduação eu estava disposta a comprar um Sheltie. Eu queria uma fêmea e na cor Azul-Merle, mas era muito difícil encontrar uma cadela assim. Foi quando eu estava voltando da USP e vi, na avenida Juscelino Kubischek, um outdoor que dizia: "Filhote de Pastor de Shetland (Mini-Collie)" e um telefone. Aí, foi muita tentação! Eu cheguei em casa e pensei: se ela tiver uma fêmea azul-merle eu vou dar um jeito de comprar. Então, liguei e quem atendeu foi Cristiane Nano, proprietária do canil Von Kempten. A primeira coisa que eu perguntei foi se ela tinha a cor que eu queria, e quanto ela falou que tinha três fêmeas azuis, corri para ver as filhotes.

Foi assim que tive a minha primeira Sheltie, a Lady Zu. Comecei a freqüentar exposições de beleza e provas de agility. Depois dela veio à necessidade de ter um macho tricolor, uma das poucas cores que pode cruzar com o Merle. Em 2002 fui fazer um estágio em Dermatopatologia e Dermatologia na França e entrei em contato com Madame Thebault, esposa do presidente do Sheltie Club da França, e responsável pelo canil Grand pré D´ortingac. Trocamos muitos e-mails e, após alguns telefonemas, minha mãe foi a Paris buscar meu lindo filhotinho tricolor..bem brincalhão. Era o Thierry!!!!

Thierry foi um belo exemplar da raça, não só por ser bonito, mas pelo temperamento que tem. Ele adora brincar, fazer agility, se diverte com o frisbee e é muito dócil com todas as pessoas. É um cão que só me dá alegrias. Ele, em um ano, conquistou vários títulos de beleza e ganhou várias competições de agility. Depois, vieram a Fly, irmã de ninhada da Zu, que era de propriedade de minha amiga Patrícia Crechi, e a Ully, francesinha como o Thierry, vinda do mesmo canil dele. Em 2005 nós importamos, em co-propriedade com o canil Tonnie Sheltie, um macho da argentina chamado Sony.

O tempo foi passando e a família foi crescendo e hoje temos aqui no canil descendentes do Thierry e do Sony e cães adquiridos de excelentes canis brasileiros como Scotifield, Ravions, Chelsea Shelties, Estação do Cão, Von Kemptem, House of Shelties e do canil argentino Akumi-go

Sei que temos muito o que aprender na criação desta raça fascinante, mas nosso objetivo acima de tudo é de ter uma criação saudável, de boa qualidade quanto a beleza e temperamento e sem objetivos comerciais. Para isso, nós contamos com o apoio e amizade de outros criadores experientes, como a Cristiane Nano, Hilda, Vânia, Paulo Moura e Anne, Olga e Cláudio, Toninho, Dona Vigínia (in memorian) e Paulo e Patrícia Crechi, Alexandre, Arnaldo, Robertinho, Henrique e Mônica